domingo, 8 de abril de 2012

Sempre alerta (Millôr)


Sempre Alerta!
(Millôr Fernandes)

Grande espírito, o daquele escoteiro. Estava na rua, segurando seu feroz cão policial, quando viu parar um ônibus. Os passageiros desceram, subiram, o ônibus pôs-se a andar. No momento em que o ônibus ia andando apareceu um velhinho tentando pegá-lo. Correu atrás do ônibus. Quando já o ia pegando, o ônibus aumentou a velocidade. No instante exato em que o velhinho, aborrecido, ia desistir do ônibus, o escoteiro não teve dúvida: soltou o cachorro policial em cima dele. O velho pôs-se a correr desesperadamente e, como única salvação, pegou o ônibus que já ia quinhentos metros adiante. O escoteiro segurou de novo o cão e voltou para casa, feliz, tendo praticado sua boa ação do dia.

Estudo do texto

1) O que é um "escoteiro"?

2) Por que, afinal, o escoteiro soltou o cachorro policial em cima do velhinho?
a) para assustar o velhinho
b) para fazer com que o velhinho alcançasse o ônibus.
c) para livrar-se do cão
d) para que ele atacasse o velhinho

3) "O velho pôs-se a correr desesperadamente." Qual é o significado da expressão em destaque?
a) voltou                         c) movimentou-se
b) pensou                     d) começou

4) Que fato é responsável pelo humor da tirinha?

5) Que outra solução você daria para ajudar o velhinho?




Respostas:
1) Pessoa que cuida da natureza e auxilia pessoas que precisam de ajuda.
2) b) para fazer com que o velhinho alcançasse o ônibus.
3) d) começou
4) Que o escoteiro soltou o cachorro pra cima do velhinho para que ele corresse e alcançasse o ônibus.
5) Resposta Pessoal

Festa de aniversário (Fernando Sabino)


Festa de aniversário
(Fernando Sabino)

Leonora chegou-se para mim, a carinha mais limpa deste mundo:
– Engoli uma tampa de Coca-Cola.
Levantei as mãos para o céu: mais esta agora! Era uma festa de aniversário, o aniversário dela própria, que completava seis anos de idade. Convoquei imediatamente a família:
–Disse que engoliu uma tampa de Coca-Cola.
A mãe, os tios, os avós, todos a cercavam, nervosos e inquietos. Abre a boca, minha filha. Agora não adianta: já engoliu. Deve ter arranhado. Mas engoliu como? Quem é que engole uma tampa de cerveja? De cerveja, não: de Coca-Cola. Pode ter ficado na garganta – urgia que tomássemos uma providência, não ficássemos ali, feito idiotas. Peguei-a no colo: vem cá, minha filhinha, conta só para mim: você engoliu coisa nenhuma, não é isso mesmo? – Engoli sim, papai – ela afirmava com decisão. Consultei o tio, baixinho: o que é que você acha? Ele foi buscar uma tampa de garrafa, separou a cortiça do metal:
– O que é que você engoliu: isto... ou isto?
– Cuidado que ela engole outra – adverti.
– Isto – e ela apontou com firmeza a parte de metal.
Não tinha dúvida: pronto-socorro. Dispus a carregá-la, mas alguém sugeriu que era melhor que ela fosse andando: auxiliava a digestão.
No hospital, o médico limitou-se a apalpar-lhe a barriguinha, cético:
– Dói aqui, minha filha?
Quando falamos em radiografia, revelou-nos que o aparelho estava com defeito; só no pronto-socorro da cidade.
Batemos para o pronto-socorro da cidade. Outro médico nos atendeu com solicitude:
– Vamos já ver isto.
Tirada a chapa, ficamos aguardando ansiosos a revelação. Em pouco o médico regressava:
– Engoliu foi a garrafa.
– A garrafa? Exclamei. Mas era uma gracinha dele, cujo espírito passava muito ao largo da minha aflição: eu não estava para graças. Uma tampa de garrafa! Certamente precisaria operar
– não haveria de sair por si mesma.
O médico pôs-se a rir de mim.
– Não engoliu coisa alguma. O senhor pode ir descansando.
– Engoli – afirmou a menininha.
Voltei-me para ela:
– Como é que você ainda insiste, minha filha?
– Que eu engoli, engoli.
– Pensa que engoliu – emendei.
– Isso acontece – sorriu o médico. – Até com gente grande. Aqui já teve um guarda que pensou ter engolido o apito.
– Pois eu engoli mesmo – comentou ela, intransigente.
– Você não pode ter engolido – arrematei, já impaciente: – Quer saber mais do que o médico?
– Quero. Eu engoli, e depois desengoli – esclareceu ela.
Nada mais havendo a fazer, engoli em seco, despedi-me do médico e bati em retirada com toda a comitiva.

Estudo do Texto

1) Ao se dirigir ao pai, a menina se mostra muito tranquila. Que frase do texto confirma essa afirmação?

2)  Diante da reação da filha, o pai ficou desesperado. Que frase do texto mostra isso?

3) Qual foi a primeira atitude tomada pelo pai?

4) Como o tio de Leonora fez para tentar verificar se realmente a menina tinha engolido a tampa?

5) Diante da contínua afirmação da menina, qual foi a providência tomada?

6) Por que sugeriram que a menina fosse andando?

7) Por que a família teve que levar Leonora  ao pronto-socorro da cidade?

8) Leonora mentiu ao dizer que tinha engolido uma tampa de refrigerante? Justifique.

9) Depois de toda a confusão, o que você faria se fosse o pai de Leonora?

Respostas:
1) Leonora chegou-se para mim, a carinha mais limpa deste mundo
2) Levantei as mãos para o céu: mais esta agora!
3) Pediu que ela abrisse a boca pra ver se ela havia mesmo engolido
4) Separou as duas partes da tampa e perguntou qual das partes ela havia engolido
5) Levaram-na para o pronto socorro.
6) Para auxiliar na digestão
7) Porque o aparelho de radiografia estava com defeito
8) Não, porque ela engoliu e depois "desengoliu"
9) Resposta Pessoal

O socorro (Millôr)


O socorro 
(Millôr Fernandes)

Ele foi cavando, foi cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara de mais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enlouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardas. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia mais um som humano, embora o cemitério estivesse cheio dos pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: - O que é que há? O coveiro então gritou, desesperado: - Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! - Mas coitado! - condoeu-se o bêbado. - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra toda de cima de você, meu pobre mortinho! E, pegando na pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela

Estudo do texto
1) Explique o desespero do coveiro.

2) Por que ninguém atendeu quando o homem gritou?

3) Qual era o único som que se ouvia na madrugada?

4) "Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos." De quem eram esses passos?

5) A expressão "ébria" significa:
a) generosa                           c) embriagada
b) espantada                         d) assustadora

6) Em "condoeu-se o bêbado", a expressão em destaque significa:
a) ficou com dor                    c) ficou contente
b) ficou com pena                 d) ficou sem reação

7) O homem disse que estava com muito frio. O que o bêbado entendeu dessa afirmação?

8)  A palavra "mortinho" foi usada no diminutivo para indicar tamanho pequeno ou afetividade?

9) A função da moral é transmitir um ensinamento. Explique o ensinamento transmitido pela moral desse texto.

Resposta:
1) Ele ficou preso em uma cova.
2) Porque não havia ninguém no cemitério.
3) Pipilos e coaxares naturais.
4) De um bêbado.
5) c) embriagada
6) b) ficou com pena
7) Que ele estava com frio porque era um morto e tiraram a terra de cima dele.
8) afetividade
9) Que dependendo de quem se propõe a te ajudar, essa pessoa acaba atrapalhando ainda mais.

Propaganda sobre desmatamento

1) Essa propaganda vende um produto ou uma ideia? Explique.

2) A propaganda fez referência a um conto infantil bastante conhecido. Que conto é esse?

3) Qual é a diferença entre o conto infantil e a imagem apresentada?

4) O que você acha que o autor quis mostrar ao leitor com essa mudança no cenário do conto?

5) No conto infantil há um vilão: o lobo mau. Quem seria o vilão nesse contexto da propaganda?

6) A quem se refere o pronome de tratamento VOCÊ, usado na frase em destaque na propaganda?

7) Responda à pergunta feita na propaganda, justificando sua resposta.

8) Segundo a propaganda, o que o leitor deve fazer se quiser ajudar no combate ao desmatamento da Amazônia?

9) De que formas o leitor pode entrar em contato com o Greenpeace?

10) Há outras formas de contribuirmos com a preservação do meio ambiente. Cite três.


Respostas:
1) Uma ideia, porque divulga a ideia de que temos que preservar o meio ambiente.
2) Chapeuzinho vermelho.
3) No conto há muitas árvores inteiras, na propaganda as árvores estão todas cortadas.
4) Que se não cuidarmos das nossas florestas, não haverá mais florestas.
5) O próprio homem.
6) O leitor, todos nós.
7) (resposta pessoal - espera-se que o aluno diga que não, que quer um mundo com florestas para seus filhos)
8) Ficar sócio do Greenpeace.
9) Pelo telefone ou pelo site.
10) Não poluir os rios, não jogar lixo nas ruas, não desmatar etc.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mas x Mais

Leia a tirinha a seguir e responda:



     1) Mônica estava cantando feliz, no 3º quadrinho aparece sem sorrir e no 4º quadrinho aparece cabisbaixa, desanimada. Por que você acha que ela ficou assim?

       2) Observe as palavras em destaque nas falas da Mônica transcritas a seguir:
“Sete e sete são quatorze, com MAIS sete vinte e um...”
“ Tenho sete namorados, MAS não gosto de nenhum!”
Agora complete corretamente as lacunas com MAS ou MAIS:
_____ , sinônimo de PORÉM, é usado para indicar oposição; _____, contrário de MENOS, é usado para indicar quantidade ou intensidade.

       3) Complete as frases a seguir com MAS ou MAIS:
a)    Tenho _____ amigos que você.
b)    Pesquisei bastante, ______ não achei nada sobre esse assunto.
c)    Este ano estou _____ dedicado aos estudos.
d)    Divirta-se, _____ antes cumpra com suas obrigações.
e)    Este é o terno _____ caro da loja.
f)     Ele estudou muito, _____ não foi bem na prova.
g)    O carro está com problemas, ____ vou usá-lo assim mesmo.
h)    Os professores lutaram por um aumento, ____ não conseguiram.
i)      Há _____ crimes à luz do dia atualmente.
j)      Não consegui chegar a tempo, _____ ninguém percebeu.
k)    Quanto ______ estudo _____ aprendo.
l)      Queria comprar um carro novo, _____ não tinha dinheiro.
m)  Pelé jogou _____ que Maradona.
n)    Eles correram bastante, ______ perderam o ônibus.
o)    Esses alunos conversam demais, _____ fazem as tarefas.
p)    Na cidade há _____ assaltos do que no campo.

Respostas:
1) Porque ela percebeu que não gosta de ninguém.
2) MAS é sinônimo de PORÉM e MAIS é o contrário de MENOS
3) a) MAIS
b) MAS
c) MAIS
d) MAS
e) MAIS
f) MAS
g) MAS
h) MAS
i) MAIS
j) MAS
k) MAIS / MAIS
l) MAS
m) MAIS
n) MAS
o) MAS
p) MAIS